O avivamento virá através de famílias restauradas e casamentos refeitos, diz autor cristão
- 05/10/2021
Preocupados com a situação das famílias americanas em declínio e com altas taxas de divórcio, os autores J.P. de Gance e John Van Epp se uniram para escrever o livro “Fim do jogo: o movimento estratégico da Igreja para salvar a fé e a família na América”, que foi lançado em setembro.
De acordo com os escritores, a maneira de salvar a família americana é através do trabalho das igrejas em todo o país, reforçando ministérios familiares e de relacionamento, de forma mais ativa.
J.P. de Gance é líder de várias campanhas de casamento e presidente da Communio, uma ONG que busca fortalecer igrejas em ministérios de família. John Van Epp é psicólogo e PhD em Aconselhamento Familiar.
Em entrevista ao Christian Post, Gance e Epp apontaram para alguns fatores preocupantes na atualidade: tendências familiares e padrões de namoro. Eles mostram a necessidade de alcançar a comunidade “com um conteúdo que irá aquecer as pessoas para o Evangelho de Jesus”.
“Acreditamos que o colapso da família está acabando com a fé na América”, disseram. E tal colapso está ocorrendo porque os cristãos colocam mais ênfase na ajuda do governo federal do que na Igreja, segundo os especialistas.
Importância da Igreja na reestruturação familiar
Eles enfatizam que a política é muito importante e pode até mudar a cultura, mas que não deve ser o foco dos cristãos. “Muitos pensam que a melhor forma de resolver alguns problemas é criando leis ou fazendo um lobby”, apontaram.
Na verdade, segundo os autores, o caminho para a mudança pode começar dentro das igrejas. “Há muito trabalho que podemos fazer sem a permissão de ninguém, trabalhando em nossa igreja e em nossa comunidade”, disseram.
O livro fornece aos pastores e líderes, orientações sobre como garantir que seus ministérios de família sejam fortes e colaborem na reestruturação dos lares. Para os autores, esse é o ponto onde as igrejas estão falhando.
“A mensagem do livro é simplesmente esta — que as igrejas na América tenham a oportunidade e a responsabilidade de construir ministérios de relacionamento e evangelismo em suas congregações e comunidades. Além disso, a obra também alerta para a necessidade de atender adequadamente os solteiros.
Separação entre Igreja e Estado
Por acreditarem na separação entre religião e estado, Van Epp diz que quando os cristãos se tornam muito dependentes do governo, negligenciam suas responsabilidades e as tendências divergem de seus princípios religiosos, como ocorreu nos Estados Unidos.
E, de acordo com Gance, se a geração Millenials [nascidos entre 1984-2002) tivesse a mesma estrutura familiar dos baby boomers [1946-1964], eles iriam à igreja com a mesma frequência. Para ele, a genealogia esclarece qualquer confusão entre causa e efeito.
Com base nas informações coletadas, Gance acredita que a estrutura familiar tem um grande impacto na frequência à igreja. Epp concordou apontando para os grandes investimentos em ministérios para jovens, num esforço para fazer a diferença em suas vidas.
Ele disse que, apesar das boas intenções por trás da iniciativa, ela não está conseguindo resolver a raiz do problema, que envolve a ausência dos pais e o distanciamento emocional com seus filhos.
“Embora todos nós saibamos que existem bons pais solteiros por aí, em geral, estatisticamente falando, um pai solteiro é geralmente um pai não envolvido. Esse pode ser o ingrediente secreto do colapso atual, que está destruindo a fé”, sugeriu.
Relacionamentos saudáveis
O modelo de ministério baseado em habilidades, de acordo com Gance, é aquele em que os indivíduos são ensinados a ter um casamento saudável e então colocar essa habilidade em prática em suas vidas diárias.
Gance afirma que 85% das igrejas não estão investindo dinheiro nesta área [ministério de família]. Isso significa que a família e o casamento estão em declínio há 50 anos.
De acordo com Epp, o dinheiro deve ser reservado todo ano especificamente para o ministério do casamento e para ajudar os solteiros a lidarem com a vida amorosa.
"Se as igrejas realmente se tornassem estratégicas, aplicassem as melhores práticas e estendessem a mão para suas comunidades para renovar relacionamentos e casamentos, poderíamos ver o próximo ‘grande avivamento’ em nosso país, nas próximas décadas. E é isso que espero que os pastores e líderes da igreja façam”, Epp proclamou.